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Ainda existem campos de concentração

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Trabalhar das cinco horas da manhã até as 22 horas. Alimentação condicionada a repetição de um texto exaltando o imperador. Comer mingau de casca de árvore para matar a fome. Muros de proteção. Inexistência de qualquer tipo de liberdade de expressão. Este texto não refere-se ao holocausto do século passado, trata-se do século 21, continente asiático,  República Democrática Popular da Coreia, popularmente conhecida como Coréia do Norte. Ali, longe dos olhos e das pautas existe um lugar onde os direitos humanos não entram, onde o ser humano parece não ter evoluído. São os campos de trabalho forçado que abrigam todos os inimigos do estado comunista. 

Segundo a Open Doors International, organização que serve a igreja cristã perseguida em todo o mundo, no Brasil há 35 anos, o campo de trabalho possui os dez mandamentos, dentre eles: não é permitido que três ou mais prisioneiros se reúnam, os prisioneiros devem vigiar uns aos outros, a última regra diz que caso qualquer uma das outras nove forem infringidas o indivíduo deverá ser fuzilado. Estes campos de trabalho são chamados de Kwan-li-so. É um complexo acampamento, com quilômetros utilizados para a reeducação política. Segundo a revista Portas Abertas de dezembro de 2012, estima-se haver de 150 a 200 mil pessoas presas. A ex prisioneira Soon Ok Lee, conta que as prisões são compostas por fábricas onde milhares de prisioneiros trabalham (fábrica de sapatos, roupas, borracha,departamento de corte e costura, etc.), utilizados como mão de obra escrava. De acordo com a Portas Abertas ainda existem seis campos em atividade espalhados pela Coréia do Norte.

Um dos principais motivos para alguém ir para o campo de concentração é ser um cristão. Depois da Guerra da Coreia, travada entre 26 de Junho de 1950 a 27 de Julho de 1953, a Coréia do Norte apoiada pela República Popular da China e pela União Soviética, iniciou um processo de luta contra os inimigos do comunismo adotado pelo país. A partir da década de 1970, intensificou-se a adoração ao chamado “Presidente eterno”, Kin II Sung, a única religião permitida desde então restringe-se a adorar o estado comunista, esta conduta orienta também todas as demais relações sociais dos norte-coreanos.

Há 11 anos a Coréia do Norte está em 1º lugar na classificação de países que mais perseguem cristãos no mundo, a lista é publicada anualmente contendo os 50 países com menor liberdade religiosa. Conheça a lista completa clicando aqui. Segundo um norte coreano ouvido pela Portas Aberta com a identidade mantida em sigilo por questões de segurança, “Eles ignoram todas as liberdades, o nível dos direitos humanos é de zero por cento. As religiões não são permitidas. O líder da Coreia do Norte tem de ser adorado como deus e isso não vai mudar, a menos que o regime entre em colapso.” Outro norte coreano, afirma que “não há qualquer liberdade religiosa na Coreia do Norte, aqueles que acreditarem em Jesus estão simplesmente mortos. Kim Jong-Un é deus e não pode haver qualquer deus além dele.”

*entrevistas retiradas dos conteúdos da Missão Portas Abertas.

Infográfico que representa um Campo de Trabalho na Coréia do Norte.

Infográfico que representa um Campo de Trabalho na Coréia do Norte.

Documentário produzido pela Portas Abertas sobre a perseguição na Coréia do Norte

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