Arquivo do mês: abril 2013

Ainda existem campos de concentração

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Trabalhar das cinco horas da manhã até as 22 horas. Alimentação condicionada a repetição de um texto exaltando o imperador. Comer mingau de casca de árvore para matar a fome. Muros de proteção. Inexistência de qualquer tipo de liberdade de expressão. Este texto não refere-se ao holocausto do século passado, trata-se do século 21, continente asiático,  República Democrática Popular da Coreia, popularmente conhecida como Coréia do Norte. Ali, longe dos olhos e das pautas existe um lugar onde os direitos humanos não entram, onde o ser humano parece não ter evoluído. São os campos de trabalho forçado que abrigam todos os inimigos do estado comunista. 

Segundo a Open Doors International, organização que serve a igreja cristã perseguida em todo o mundo, no Brasil há 35 anos, o campo de trabalho possui os dez mandamentos, dentre eles: não é permitido que três ou mais prisioneiros se reúnam, os prisioneiros devem vigiar uns aos outros, a última regra diz que caso qualquer uma das outras nove forem infringidas o indivíduo deverá ser fuzilado. Estes campos de trabalho são chamados de Kwan-li-so. É um complexo acampamento, com quilômetros utilizados para a reeducação política. Segundo a revista Portas Abertas de dezembro de 2012, estima-se haver de 150 a 200 mil pessoas presas. A ex prisioneira Soon Ok Lee, conta que as prisões são compostas por fábricas onde milhares de prisioneiros trabalham (fábrica de sapatos, roupas, borracha,departamento de corte e costura, etc.), utilizados como mão de obra escrava. De acordo com a Portas Abertas ainda existem seis campos em atividade espalhados pela Coréia do Norte.

Um dos principais motivos para alguém ir para o campo de concentração é ser um cristão. Depois da Guerra da Coreia, travada entre 26 de Junho de 1950 a 27 de Julho de 1953, a Coréia do Norte apoiada pela República Popular da China e pela União Soviética, iniciou um processo de luta contra os inimigos do comunismo adotado pelo país. A partir da década de 1970, intensificou-se a adoração ao chamado “Presidente eterno”, Kin II Sung, a única religião permitida desde então restringe-se a adorar o estado comunista, esta conduta orienta também todas as demais relações sociais dos norte-coreanos.

Há 11 anos a Coréia do Norte está em 1º lugar na classificação de países que mais perseguem cristãos no mundo, a lista é publicada anualmente contendo os 50 países com menor liberdade religiosa. Conheça a lista completa clicando aqui. Segundo um norte coreano ouvido pela Portas Aberta com a identidade mantida em sigilo por questões de segurança, “Eles ignoram todas as liberdades, o nível dos direitos humanos é de zero por cento. As religiões não são permitidas. O líder da Coreia do Norte tem de ser adorado como deus e isso não vai mudar, a menos que o regime entre em colapso.” Outro norte coreano, afirma que “não há qualquer liberdade religiosa na Coreia do Norte, aqueles que acreditarem em Jesus estão simplesmente mortos. Kim Jong-Un é deus e não pode haver qualquer deus além dele.”

*entrevistas retiradas dos conteúdos da Missão Portas Abertas.

Infográfico que representa um Campo de Trabalho na Coréia do Norte.

Infográfico que representa um Campo de Trabalho na Coréia do Norte.

Documentário produzido pela Portas Abertas sobre a perseguição na Coréia do Norte

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Do twitter para o livro

Flávio

Sigo o Flávio Fachel no twitter a mais ou menos uns três anos. Na época, eu estagiava na Tv Universitária da Unochapecó e foram as dicas de telejornalismo que ele postava que me chamaram a atenção, elas foram as responsáveis pelo clic no botão follow.

O Flávio é jornalista e repórter da Rede Globo de Televisão. Foi correspondente em Nova Iorque por bastante tempo. Hoje ele está no Rio de Janeiro e faz matérias especias e grandes reportagens para o Fantástico, Jornal Nacional, Jornal da Globo, etc. No twitter, com 26.119 seguidores e seguindo 137 perfis,  é um jornalista e torcedor do Grêmio atuante. Autodenomina-se um apaixonado por internet e tecnologia. Esses são os principais temas da sua timeline no twitter. Utiliza o site com frequência, muitas vezes com caráter opinativo. Para quem torce pelo Grêmio, um atrativo a mais, o jornalista acompanha as news do clube e não cansa de dar pitacos. Sobra espaço tambpem para as matérias para a TV, que frequentemente são referenciadas no twitter. É um “twitteiro” de plantão, são poucos os assuntos que rolam na rede que escapam das opiniões de Flávio.

As dicas de telejornalismo, que me fizeram segui-lo, ocupam a maior parte dos twitters. A coletânea dessas dicas virou um livro de 202 páginas, lançado em agosto do ano passado. Segundo ele, “as dicas de telejornalismo têm o objetivo de ser minha colaboração no universo do twitter para a melhoria da qualidade da produção jornalística no Brasil”. Flávio considera o twitter como um canal onde pode ter um contato que, antes, se dava em apenas uma via e de forma restrita ao trabalho produzido na TV.

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Online, offline e o jornalismo

Viver o tempo todo offline sendo um jornalista torna-se cada vez mais utópico. A necessidade de interação na rede, mesmo para os que não trabalham diretamente com o online, é crescente. Uma pesquisa da ORIELLA PR NETWORK aponta que o online permeia as redações cada vez mais. Veja alguns dados:

1 Pela primeira vez, a audiência online no mundo é considerada maior que a imprensa e a
radiodifusão. No Brasil, em 2010, 41,7% das respostas diziam que os formatos tradicionais
impresso e o bradcast geravam maior audiência. Este ano, o índice caiu para 34,52% emptando
com o formato online, agora também com 34,52%.

2 No Brasil, 23,81% dos entrevistados disseram que só publicam conteúdos online; 14,29% disseram que seu
conteúdo exclusivamente online é de 1% a 20%; 13,10% disseram ter conteúdo novo (só online) na faixa de
21% a 40% e outros 13,10% dos que responderam a pesquisa afimam que o conteúdo de suas publicações são
entre 41% e 60% de matérias não repetidas do impresso.

Acesso a pesquisa completa clicando aqui.

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Hipertexto, Hipermídia

O impacto tecnológico chegou a tal ponto que é impossível ignorá-lo. Sobretudo, para quem trabalha diretamente com a comunicação. Já não se comunica como antes. A propagação de ideias ganhou novas ferramentas que passam obrigatoriamente pelas mídias digitais. Ao profissional cabe conhecê-las e utilizá-las. Para o jornalista, as adaptações são constantes. Redes sociais, blogs, sites, portais, celulares e aplicativos. Um mundo de oportunidades que a cada dia se torna mais parte do trabalho de qualquer profissional da comunicação, mesmo daquele que prefere o bom e velho jornal impresso.

É sobre o relacionamento do profissional de comunicação e as mídias digitais que o livro Hipertexto, Hipermídia: as novas ferramentas de comunicação digital trata. Segundo Leão, citado por Canan no livro “devido às características do meio digital é possível realizar trabalhos com uma quantidade enorme de informações vinculadas, criando uma rede multidimensional de dados. Esta rede, que constitui o sistema hipermidiático propriamente dito, possibilita ao leitor diferentes percursos de leitura”. São muitas informações em um mesmo texto, uma fragmentação em diversos formatos, chamado por alguns autores de hipermídia.

O espaço para estas publicações é cada vez mais democrático. Os blogs que iniciaram como diários pessoais, hoje ganham nuances de profissionalização e são responsáveis por um nicho de mercado em crescimento. Jornalistas que se especializam e abastecem seu blog pessoal ou corporativo gerando conteúdo relevante e interação com o leitor. Seja no blog ou nas redes sociais a informação precisa ser clara e objetiva dando ênfase e espaço para as diferentes mídias comportadas pela plataforma e para o encadeamento de informações possíveis e essenciais no jornalismo online.

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Vida minimalista

Para você que curte a arte minimalista, hoje compartilho uma reportagem muito interessante. O minimalismo como um estilo de vida, na contramão da ditadura do consumo. A reportagem é de Alexandre Rodrigues, do veículo O Valor Econômico, de São Paulo.

Boa leitura.

Criado em um apartamento de 600 metros quadrados na Barra da Tijuca, no Rio, o escritor carioca Alex Castro cresceu tendo para si um quarto com mais de 20 metros quadrados. Hoje vive em um apartamento pouco maior do que isso. Nos 22 metros que ocupa, em Copacabana, são poucos os móveis e objetos e, se há um sofá e uma rede, não há espaço para uma cama. Nem gavetas nem armários, exceto um pequeno, de limpeza. Além de três pares de sapatos, seus pertences são outros três de Havaianas, três calças, uma camisa, 12 camisetas (número aproximado), dois casacos, um blazer, dois jogos de toalhas, dois de cama, alguns utensílios de cozinha, um notebook, um Kindle, um celular e uma câmera digital. Poderia ser uma história de ruína financeira, mas se trata de um fenômeno cada vez mais observável. Castro aderiu a um estilo de vida minimalista.

Como os movimentos artísticos do século passado que lhe emprestam o nome, o minimalismo do século XXI prega a redução do estilo de vida ao essencial. O fenômeno ganhou uma vertente importante a partir da digitalização da cultura e da internet. As músicas se tornaram MP3, descartando os CDs. Serviços como o Netflix, que passam filmes em “streaming”, e “torrents” feriram de morte os DVDs. Os livros ainda resistem, mas para muitos é questão de tempo – a Amazon já vende mais livros eletrônicos do que físicos e hoje uma biblioteca inteira pode ser guardada e lida em um “tablet” ou Kindle. Veio a crise na economia mundial e a ideia de consumir menos ganhou novos adeptos.

“Não tenho um simples CD ou DVD e tenho só 10% dos livros que já tive”, escreveu Graham Hill, milionário da bolha da internet, na semana passada, no jornal “The New York Times”. Após enriquecer vendendo sua primeira empresa, Sitewerks, por mais de US$ 300 milhões em 1998, ele se viu de uma hora para outra comprando óculos de US$ 300, “gadgets” de todo tipo e com um Volvo turbo na garagem. A certa altura, sem tempo, tinha um “personal shopper”, treinado em seus gostos pessoais, para não precisar ir às compras pessoalmente.

Com o tempo, sua vida se complicou. Decidiu mudar-se para um apartamento de quatro andares em Nova York, que precisava de novos móveis e acessórios. O momento em que decidiu abandonar tudo veio quando conheceu Olga, nascida em Andorra, que o fez deixar os Estados Unidos e ir morar em um pequeno apartamento em Barcelona. Depois, nem isso.

O casal viveu como nômade entre Buenos Aires, Bangcoc, na Tailândia, e Toronto, no Canadá. Mesmo o romance tendo acabado, Hill não voltou à antiga vida: “Eu gosto de coisas materiais tanto quanto qualquer um. Estudei design de produtos no colégio. Apoio ‘gadgets’, roupas e todos os tipos de coisas. Mas minhas experiências mostram que depois de certo ponto os objetos materiais têm uma tendência a piorar as necessidades emocionais que deveriam apoiar”.

Leia a reportagem completa clicando aqui

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