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Como as crianças veem os adultos que abusam do álcool

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Como as crianças veem um adulto que abusa do álcool? Uma campanha, criada pela agência Euro RSCG da Finlândia, apresenta personagens que poderiam ter saído de filmes de terror, mas representam pais que bebem demais e se tornam “monstros” na vida das crianças. A campanha foi desenvolvida para a ONG Fragile Childhood. Uma iniciativa para impressionar o público que combina com os dados alarmantes de violência contra as crianças dentro de casa, que são potencializados pelo consumo de álcool.

Quase um trailer de filme de terror para chamar a atenção para uma realidade problemática não apenas na Finlândia. Os “monstros” estão mais perto das crianças do que se imagina. A ONG Fragile Childhood, foi criada em 1986 na Filândia e seu objetivo é ajudar as crianças que sofrem com pais alcoólatras. Segundo a Agência, o objetivo da campanha é é aumentar a discussão geral sobre os efeitos de uso abusivo de álcool pelos pais na vida das crianças. A campanha tem ainda uma página no Facebook, um espaço de divulgação e discussão sobre o tema.

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A polícia mata

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A história de uma polícia que tem um alvo certo. Uma polícia que em cada ronda traz as heranças de uma ditadura que executava seus inimigos. A ditadura terminou, as guerrilhas inimigas do estado saíram das ruas, porém, o livro do jornalista Caco Barcellos apresenta a história de uma divisão das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, a Rota, uma divisão da polícia militar que mata mais do que bandidos. Mata, na maioria das vezes, inocentes. O livro-reportagem Rota 66 é resultado de cinco anos de investigação de Caco Barcellos acerca da atuação da polícia militar da cidade de São Paulo. Desde a criação da polícia militar, o período investigado é de 1970 a 1992.

A obra inicia com uma apresentação escrita por Narciso Kalili. O jornalista explicita que o autor do livro, Caco Barcellos, tem um lado na profissão. Um lado que segundo Narciso acompanha Caco desde o início da profissão no Rio Grande do Sul, o lado dos mais fracos, das vítimas. Esta breve apresentação de Caco evidencia características que marcaram a trajetória profissional do jornalista e são trabalhados no enredo desde livro. Caco se especializou em Jornalismo Investigativo e grandes reportagens, sobretudo, dedicado a tratar temas relacionados à injustiça social e a violência.

O livro de Caco Barcellos consegue aliar duas premissas do Jornalismo Literário, a fluência e a eficiência. Informa com profundidade através de um texto rico em detalhes, descrições e narrativas que transportam o leitor para dentro das inúmeras histórias de jovens mortos pela polícia militar em São Paulo. Além de descrever ambientes e situações de morte com riqueza de palavras e profundidade de emoções, o livro traz descrições densas dos personagens envolvidos. A personalidade, a rotina, os medos, anseios e principais características físicas e psicológicas, tanto das vítimas quanto dos matadores da rota. A narrativa de 274 páginas humaniza os números e contextos apresentados pela denúncia.

Além das descrições, Rota 66 contextualiza a situação de fundação da polícia militar e da rota em São Paulo. Muitos polícias militares que aparecem como personagem do livro eram parte do pelotão que combatia as guerrilhas no período da ditadura militar. O contexto de crescimento da criminalidade e dos crimes também foi tema do livro. Caco apresentou dados sobre os principais conflitos em que o Brasil se envolveu, mostrando que nenhum deles havia matado tantos civis quanto os matadores da rota. Também são apresentados dados que comparam o número de militares mortos e o número de civis assassinados pela polícia.
A história é narrada em primeira pessoa, pelo autor do livro. Caco narra além da denúncia, o cotidiano do jornalismo investigativo, as dificuldades, emoções e desafios de uma investigação. O livro é dividido em 23 capítulos, organizados em três partes: Rota 66, Os Matadores e os Inocentes.

Já no primeiro capítulo, o autor faz uma descrição detalhada do fato que torna-se o fio condutor do livro: o caso Rota 66. Caco narra a perseguição de três jovens em um fusca azul que, para a Rota, seriam suspeitos de cometer um furto e estar em um carro roubado. Na madrugada de abril de 1975, a história se desenrola envolvendo jovens que não são vítimas habituais dos policiais. Por um engano fatal da Rota, jovens de classe alta da cidade foram mortos brutalmente, sem ter cometido nenhum crime. A história de Noronha, Pancho e Augusto, os três jovens do fusca azul, chocou e impulsionou uma longa investigação apresentada no decorrer das outras duas partes do livro. No segundo capítulo do livro Caco mostra o envolvimento que possui com o tema. Descreve o personagem real do delegado Doutor Barriga, de quem ele e seus amigos ainda adolescentes precisavam fugir e provar não ser “vagabundo” para não ser preso.

A partir da investigação, Caco começa a delinear o perfil dos assassinatos. A polícia, assim como no caso Rota 66, geralmente alegava que o “bandido” teria reagido, disparado contra os militares, que agiriam em legítima defesa. O local do crime era violado para incriminar as vítimas. Mesmo atingidos por inúmeros tiros e visivelmente sem vida as vítimas eram levadas para o hospital e os médicos e enfermeiros coagidos a recebê-los antes de encaminharem os corpos para o IML.

Na segunda parte do livro, Os Matadores, é traçado o perfil dos maiores matadores da polícia militar da cidade de São Paulo. Estes policias faziam parte de um ranking construído através das investigações, tendo como ponto de partida os matadores do caso Rota 66, dos jovens do fusca azul. Caco demonstra uma das características implícitas no cotidiano da polícia: o prestígio de trabalhar na Rota e o apoio dos superiores aos matadores, através muitas vezes de menções honrosas transcritas no livro.

Além do perfil dos matadores, Caco conta histórias detalhadas e aprofundadas das vítimas desses matadores. A investigação para chegar aos dados do livro foi desenvolvida através de duas principais parcerias, Sidiney Galina – jovem que chamou a atenção de Caco pelo empenho na busca pelos pais – e do jovem jornalista Daniel Annenberg. Os dados do estudo de caso foram coletados incialmente nos boletins com tiroteio veiculados no jornal diário Notícias Populares, no Instituto Médico Legal, relato de familiares e arquivos da polícia e da Justiça Civil.

Nesta segunda parte do livro, Caco apresenta a maioria dos dados coletados na investigação. O autor percebe que são 265 mortos para cada ferido, 1300 vítimas foram encontradas sem documentação, porém, através do trabalho dele e de Daniel conseguem identificar 833 pessoas. Até abril de 1992, quando termina a pesquisa, foram identificados e perfilados 4179 mortos. O perfil dos mortos é Homem jovem, 20 anos. Negro ou pardo. Migrante baiano. Pobre. Renda inferior a 100 dólares mensais. Morador da periferia da cidade. Baixa instrução, primeiro grau incompleto. O contexto socioeconômico é criticado e demonstrado no livro.

A terceira parte do livro, Os inocentes, traz uma das descobertas mais chocantes do livro: a maioria dos mortos por policias da rota eram inocentes. De 3523 vítimas identificadas, somente 1496 tinham passagem pela polícia, 65% eram inocentes. A justificativa mais comum dos líderes da polícia militar paulista era que os militares matavam bandidos, sobretudo, homicidas e estupradores. Porém, a maioria não eram estupradores e autores de crimes com morte como alegavam as autoridades. Os assaltantes e ladrões ocupam as duas primeiras posições dos mortos pela polícia com passagem pela polícia, apenas 157 cometeram homicídio e dez eram estupradores. Outra questão levantada pelo livro é a morte de vítimas pela cor. De 3944 vítimas, 2012 eram negras ou pardas. No último capítulo, quando parece que haverá um fechamento, Barcellos continua a narrar histórias de vítimas da polícia e termina o livro descrevendo uma cobertura policial quando ele já era repórter da TV Globo.

Caco consegue contar uma história com profundidade, clareza, riqueza de detalhes e vocabulário. Expressa no livro uma das suas principais características, a busca por ouvir o lado da vítima, do injustiçado. Esse fio condutor fica claro durante a narrativa, os personagens não são apenas mortos, são histórias de vida. A contextualização histórica, política e social presente no livro aprofunda a problemática e levanta reflexões e questionamentos. Caco demonstra sinceridade ao descrever a rotina de investigação. Isto provoca um sentimento de credibilidade nas informações apresentadas pelo livro.

Caco Barcellos é gaúcho de Porto Alegre. Formou-se em jornalismo pela PUC-RS. Além de uma trajetória como repórter de impresso e Televisão, Caco é escritor de outra obra conhecida, O Abusado. Sua primeira obra publicada foi em agosto de 1982, intitulada Nicarágua, a Revolução das Crianças, sobre sua experiência com a revolução sandinista. Com o livro Rota 66, Barcellos recebeu o prêmio Jabuti de Literatura e suas matérias mereceram vários prêmios Esso de Reportagem e outros na área dos Direitos Humanos. Hoje, Caco Barcellos trabalha no programa Profissão Repórter da TV Globo.

A leitura do livro instiga a reflexão acerca do papel da polícia e de quem instiga a polícia. Diante de dados tão alarmantes, fica clara a necessidade de uma polícia que possa investigar, porém, que também seja investigada quando há indícios de abuso de poder. Mesmo com tantos números, que são bem mais do que números, são histórias de vida, milhares mortos sem nunca se quer ter cometido um mínimo delito, a polícia continua cometendo desmandos. O poder continua ditando de quem é a culpa, e infelizmente a cor da pele ou o saldo da conta bancária, para a polícia – e para a sociedade -, quer dizer mais do que o caráter.

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Jornalismo online em pauta

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É raro encontrar um veículo de comunicação impresso que não estenda seus olhares, atenções e ações para o online. Prova disso é a atuação do repórter online do Diário Catarinense, Juliano Zanotelli. No dia 03 ele foi o convidado especial da aula de jornalismo online do 7º período do curso da Unochapecó.

A convergências dessas mídias e modo de fazer jornalismo online foi o tema principal do bate papo descontraído com o repórter. Com uma lista de itens que deveriam ser abordados durante a noite, Juliano discorreu sobre dicas de como fazer jornalismo online, o relacionamento com as fontes, apuração dos fatos, a rotina no DC e a necessidade de ser um profissional híbrido e trabalhar com multimídia.

Em meio a uma enxurrada de perguntas dos acadêmicos, o repórter explicou que a sua função no DC é desempenhada quase totalmente de dentro da redação, é pelo telefone que ele desenvolve o relacionamento com as fontes e apura os fatos. A atenção e a sensibilidade para executar estas funções são imprescindíveis. Juliano respondeu as perguntas pautado em uma experiência profissional no online que começou com o ClicRBS em Chapecó.

Em meio a risadas, papos de jornalista e troca de conhecimento o Juliano se despediu, deixando explicita a opinião de que o importante, em qualquer mídia, é ter um bom texto. Uma boa redação sempre terá espaço. Seja no online, no impresso ou na TV, parafraseando Cláudio Abramo, importa que o jornalismo seja exercido diariamente com inteligência e cotidianamente com caráter.

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Ainda existem campos de concentração

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Trabalhar das cinco horas da manhã até as 22 horas. Alimentação condicionada a repetição de um texto exaltando o imperador. Comer mingau de casca de árvore para matar a fome. Muros de proteção. Inexistência de qualquer tipo de liberdade de expressão. Este texto não refere-se ao holocausto do século passado, trata-se do século 21, continente asiático,  República Democrática Popular da Coreia, popularmente conhecida como Coréia do Norte. Ali, longe dos olhos e das pautas existe um lugar onde os direitos humanos não entram, onde o ser humano parece não ter evoluído. São os campos de trabalho forçado que abrigam todos os inimigos do estado comunista. 

Segundo a Open Doors International, organização que serve a igreja cristã perseguida em todo o mundo, no Brasil há 35 anos, o campo de trabalho possui os dez mandamentos, dentre eles: não é permitido que três ou mais prisioneiros se reúnam, os prisioneiros devem vigiar uns aos outros, a última regra diz que caso qualquer uma das outras nove forem infringidas o indivíduo deverá ser fuzilado. Estes campos de trabalho são chamados de Kwan-li-so. É um complexo acampamento, com quilômetros utilizados para a reeducação política. Segundo a revista Portas Abertas de dezembro de 2012, estima-se haver de 150 a 200 mil pessoas presas. A ex prisioneira Soon Ok Lee, conta que as prisões são compostas por fábricas onde milhares de prisioneiros trabalham (fábrica de sapatos, roupas, borracha,departamento de corte e costura, etc.), utilizados como mão de obra escrava. De acordo com a Portas Abertas ainda existem seis campos em atividade espalhados pela Coréia do Norte.

Um dos principais motivos para alguém ir para o campo de concentração é ser um cristão. Depois da Guerra da Coreia, travada entre 26 de Junho de 1950 a 27 de Julho de 1953, a Coréia do Norte apoiada pela República Popular da China e pela União Soviética, iniciou um processo de luta contra os inimigos do comunismo adotado pelo país. A partir da década de 1970, intensificou-se a adoração ao chamado “Presidente eterno”, Kin II Sung, a única religião permitida desde então restringe-se a adorar o estado comunista, esta conduta orienta também todas as demais relações sociais dos norte-coreanos.

Há 11 anos a Coréia do Norte está em 1º lugar na classificação de países que mais perseguem cristãos no mundo, a lista é publicada anualmente contendo os 50 países com menor liberdade religiosa. Conheça a lista completa clicando aqui. Segundo um norte coreano ouvido pela Portas Aberta com a identidade mantida em sigilo por questões de segurança, “Eles ignoram todas as liberdades, o nível dos direitos humanos é de zero por cento. As religiões não são permitidas. O líder da Coreia do Norte tem de ser adorado como deus e isso não vai mudar, a menos que o regime entre em colapso.” Outro norte coreano, afirma que “não há qualquer liberdade religiosa na Coreia do Norte, aqueles que acreditarem em Jesus estão simplesmente mortos. Kim Jong-Un é deus e não pode haver qualquer deus além dele.”

*entrevistas retiradas dos conteúdos da Missão Portas Abertas.

Infográfico que representa um Campo de Trabalho na Coréia do Norte.

Infográfico que representa um Campo de Trabalho na Coréia do Norte.

Documentário produzido pela Portas Abertas sobre a perseguição na Coréia do Norte

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Do twitter para o livro

Flávio

Sigo o Flávio Fachel no twitter a mais ou menos uns três anos. Na época, eu estagiava na Tv Universitária da Unochapecó e foram as dicas de telejornalismo que ele postava que me chamaram a atenção, elas foram as responsáveis pelo clic no botão follow.

O Flávio é jornalista e repórter da Rede Globo de Televisão. Foi correspondente em Nova Iorque por bastante tempo. Hoje ele está no Rio de Janeiro e faz matérias especias e grandes reportagens para o Fantástico, Jornal Nacional, Jornal da Globo, etc. No twitter, com 26.119 seguidores e seguindo 137 perfis,  é um jornalista e torcedor do Grêmio atuante. Autodenomina-se um apaixonado por internet e tecnologia. Esses são os principais temas da sua timeline no twitter. Utiliza o site com frequência, muitas vezes com caráter opinativo. Para quem torce pelo Grêmio, um atrativo a mais, o jornalista acompanha as news do clube e não cansa de dar pitacos. Sobra espaço tambpem para as matérias para a TV, que frequentemente são referenciadas no twitter. É um “twitteiro” de plantão, são poucos os assuntos que rolam na rede que escapam das opiniões de Flávio.

As dicas de telejornalismo, que me fizeram segui-lo, ocupam a maior parte dos twitters. A coletânea dessas dicas virou um livro de 202 páginas, lançado em agosto do ano passado. Segundo ele, “as dicas de telejornalismo têm o objetivo de ser minha colaboração no universo do twitter para a melhoria da qualidade da produção jornalística no Brasil”. Flávio considera o twitter como um canal onde pode ter um contato que, antes, se dava em apenas uma via e de forma restrita ao trabalho produzido na TV.

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Online, offline e o jornalismo

Viver o tempo todo offline sendo um jornalista torna-se cada vez mais utópico. A necessidade de interação na rede, mesmo para os que não trabalham diretamente com o online, é crescente. Uma pesquisa da ORIELLA PR NETWORK aponta que o online permeia as redações cada vez mais. Veja alguns dados:

1 Pela primeira vez, a audiência online no mundo é considerada maior que a imprensa e a
radiodifusão. No Brasil, em 2010, 41,7% das respostas diziam que os formatos tradicionais
impresso e o bradcast geravam maior audiência. Este ano, o índice caiu para 34,52% emptando
com o formato online, agora também com 34,52%.

2 No Brasil, 23,81% dos entrevistados disseram que só publicam conteúdos online; 14,29% disseram que seu
conteúdo exclusivamente online é de 1% a 20%; 13,10% disseram ter conteúdo novo (só online) na faixa de
21% a 40% e outros 13,10% dos que responderam a pesquisa afimam que o conteúdo de suas publicações são
entre 41% e 60% de matérias não repetidas do impresso.

Acesso a pesquisa completa clicando aqui.

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Hipertexto, Hipermídia

O impacto tecnológico chegou a tal ponto que é impossível ignorá-lo. Sobretudo, para quem trabalha diretamente com a comunicação. Já não se comunica como antes. A propagação de ideias ganhou novas ferramentas que passam obrigatoriamente pelas mídias digitais. Ao profissional cabe conhecê-las e utilizá-las. Para o jornalista, as adaptações são constantes. Redes sociais, blogs, sites, portais, celulares e aplicativos. Um mundo de oportunidades que a cada dia se torna mais parte do trabalho de qualquer profissional da comunicação, mesmo daquele que prefere o bom e velho jornal impresso.

É sobre o relacionamento do profissional de comunicação e as mídias digitais que o livro Hipertexto, Hipermídia: as novas ferramentas de comunicação digital trata. Segundo Leão, citado por Canan no livro “devido às características do meio digital é possível realizar trabalhos com uma quantidade enorme de informações vinculadas, criando uma rede multidimensional de dados. Esta rede, que constitui o sistema hipermidiático propriamente dito, possibilita ao leitor diferentes percursos de leitura”. São muitas informações em um mesmo texto, uma fragmentação em diversos formatos, chamado por alguns autores de hipermídia.

O espaço para estas publicações é cada vez mais democrático. Os blogs que iniciaram como diários pessoais, hoje ganham nuances de profissionalização e são responsáveis por um nicho de mercado em crescimento. Jornalistas que se especializam e abastecem seu blog pessoal ou corporativo gerando conteúdo relevante e interação com o leitor. Seja no blog ou nas redes sociais a informação precisa ser clara e objetiva dando ênfase e espaço para as diferentes mídias comportadas pela plataforma e para o encadeamento de informações possíveis e essenciais no jornalismo online.

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Vida minimalista

Para você que curte a arte minimalista, hoje compartilho uma reportagem muito interessante. O minimalismo como um estilo de vida, na contramão da ditadura do consumo. A reportagem é de Alexandre Rodrigues, do veículo O Valor Econômico, de São Paulo.

Boa leitura.

Criado em um apartamento de 600 metros quadrados na Barra da Tijuca, no Rio, o escritor carioca Alex Castro cresceu tendo para si um quarto com mais de 20 metros quadrados. Hoje vive em um apartamento pouco maior do que isso. Nos 22 metros que ocupa, em Copacabana, são poucos os móveis e objetos e, se há um sofá e uma rede, não há espaço para uma cama. Nem gavetas nem armários, exceto um pequeno, de limpeza. Além de três pares de sapatos, seus pertences são outros três de Havaianas, três calças, uma camisa, 12 camisetas (número aproximado), dois casacos, um blazer, dois jogos de toalhas, dois de cama, alguns utensílios de cozinha, um notebook, um Kindle, um celular e uma câmera digital. Poderia ser uma história de ruína financeira, mas se trata de um fenômeno cada vez mais observável. Castro aderiu a um estilo de vida minimalista.

Como os movimentos artísticos do século passado que lhe emprestam o nome, o minimalismo do século XXI prega a redução do estilo de vida ao essencial. O fenômeno ganhou uma vertente importante a partir da digitalização da cultura e da internet. As músicas se tornaram MP3, descartando os CDs. Serviços como o Netflix, que passam filmes em “streaming”, e “torrents” feriram de morte os DVDs. Os livros ainda resistem, mas para muitos é questão de tempo – a Amazon já vende mais livros eletrônicos do que físicos e hoje uma biblioteca inteira pode ser guardada e lida em um “tablet” ou Kindle. Veio a crise na economia mundial e a ideia de consumir menos ganhou novos adeptos.

“Não tenho um simples CD ou DVD e tenho só 10% dos livros que já tive”, escreveu Graham Hill, milionário da bolha da internet, na semana passada, no jornal “The New York Times”. Após enriquecer vendendo sua primeira empresa, Sitewerks, por mais de US$ 300 milhões em 1998, ele se viu de uma hora para outra comprando óculos de US$ 300, “gadgets” de todo tipo e com um Volvo turbo na garagem. A certa altura, sem tempo, tinha um “personal shopper”, treinado em seus gostos pessoais, para não precisar ir às compras pessoalmente.

Com o tempo, sua vida se complicou. Decidiu mudar-se para um apartamento de quatro andares em Nova York, que precisava de novos móveis e acessórios. O momento em que decidiu abandonar tudo veio quando conheceu Olga, nascida em Andorra, que o fez deixar os Estados Unidos e ir morar em um pequeno apartamento em Barcelona. Depois, nem isso.

O casal viveu como nômade entre Buenos Aires, Bangcoc, na Tailândia, e Toronto, no Canadá. Mesmo o romance tendo acabado, Hill não voltou à antiga vida: “Eu gosto de coisas materiais tanto quanto qualquer um. Estudei design de produtos no colégio. Apoio ‘gadgets’, roupas e todos os tipos de coisas. Mas minhas experiências mostram que depois de certo ponto os objetos materiais têm uma tendência a piorar as necessidades emocionais que deveriam apoiar”.

Leia a reportagem completa clicando aqui

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Tudo tem um começo

Comunicar é essencial. Isto, aprendemos desde os primeiros instantes da faculdade de Comunicação Social. Mas o jornalismo exige mais, exige serviço. Servir a sociedade com uma comunicação capaz de contextualizar, interpretar e cumprir uma função social que inspira o ethos desta sublime profissão. É o que quero fazer com este blog. O jornalismo para mim sempre foi uma ferramenta de mudança social, singela, refém de suas proporções, mas uma ferramenta. A partir de hoje vou usá-la por aqui.

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